Jane Austen era muito modesta quanto ao seu trabalho, que considerava pouco produtivo, e sua obra só foi publicada depois de muita revisão; sua genialidade, porém, foi confirmada já por seus contemporâneos. Um de seus mais ávidos leitores e admiradores foi o príncipe-regente, a quem a escritora dedicou o romance Emma. Hoje seus livros são reproduzidos nas telas de cinema regularmente.
Apesar de viver numa sociedade muito rígida, Jane Austen não se desviou de sua condição de gênio. Possuía, além de um senso agudo de comédia, uma profunda compreensão do comportamento humano. Assim, escritos sobre a rotina doméstica e social de personagens muitas vezes sem atributos tornam-se veículo para um comentário perspicaz e iluminador sobre o drama da natureza do homem.
O acompanhante da vida de seus cinco irmãos e de sua irmã provocou na jovem Jane forte crítica da sociedade em que viviam e, por lhe ser impossibilitada uma acusação direta às formas impostas à sua condição de mulher, a literatura se tornou o melhor meio de demonstrar as fraquezas e frivolidades de seu círculo social. Em seus romances a heroína não escolhe o destino, mas este já está traçado e quase sem variação é o mesmo: bom casamento para aquelas que possuem fortuna à altura. Mas o prêmio maior está reservado somente para as mais virtuosas e também inteligentes: a união com um partido acima de seu nível social e financeiro. Sua crítica mais mordaz se concentra no casamento em geral, no matrimônio como punição, como opção sem atrativos, mas que é no fim das contas a única escolha dada às mulheres de sua época. Jane Austen repudiou esse enquadramento social e morreu solteira.
Entre as obras mais conhecidas estão Razão e sensibilidade (1811), Orgulho e preconceito (1813), Mansfield Park (1814) e Emma (1815). Seus romances Persuasão e A abadia de Northanger foram publicados postumamente, em 1818.
Fonte: AUSTEN, Jane. Razão e sensibilidade. Adaptação em português de Lídia Cavalcante-Luther. São Paulo: Scipione, 1997.
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