quarta-feira, julho 02, 2014

Texto para debate - Pequeno Mundo


PEQUENO MUNDO

“Uma geração sem livros, nem leituras” é assim que o professor Geraldo Rodrigues, com sua experiência de antigo educador, definiu a juventude brasileira atual. O isolamento da mocidade estudiosa, que raramente lê, desde o livro ao jornal, tem sido destacado por outros educadores, em tom de advertência. Todos veem a necessidade de criar-se na escola o hábito da leitura, como forma de acentuar o interesse comunitário e desenvolver o espírito crítico.
Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular do nosso estudante, mesmo em nível universitário, é pobre. Reduz-se a algumas centenas de palavras. Tão fortes parecem ser os apelos do mundo, em suas mensagens audiovisuais, que o jovem absorve informações passivamente, de modo vago e incompleto. Na escola e fora da escola mostram-lhe gigantesca massa de informações, e capaz de discernir o que é legítimo, o jovem tende, em geral, à indiferença, ao alheamento.
A realidade brasileira lhe escapa, os acontecimentos do mundo não o instigam a um esforço mínimo de interpretação. Ele será um homem moderno na medida em que repete por mímica os conceitos em moda. Deixa de ser moderno, porém, no sentido do homem bem informado, com a capacidade de se exprimir bem e de formular ideias. Na sua carência de expressão e percepção, o jovem transforma-se em mero repetidor do que mal ouve e do que vê de relance.
Vários serão os motivos que concorrem para isto, mas é certo que a raiz dos males está na incapacidade da escola em ensinar o estudante a pensar. Vê-se que as apostilas ameaçam substituir o livro. Em lugar do compêndio surge a cultura condensada, digestiva e quase sempre deformada. O estudante habitua-se a ler apenas o que lhe parece ser essencial. Não recorre ao livro como fonte de pesquisa, de investigação. Não complementa no livro a exposição feita na sala de aula. Deixa, em consequência, de informar-se extensivamente. Limitado nos seus elementos de aferição crítica, seu universo há de ser pequeno, e por aí medir-se-á fatalmente sua participação na comunidade.
A tecnologia posta a serviço do ensino introduz por sua vez, o risco de limitar o livro e o professor, substituindo-os por processos audiovisuais. Desde a escola de ensino fundamental, sente-se que não há por parte dos mestres e diretores o empenho de gerar no aluno o hábito da leitura. São poucos os deveres que incluem leituras de livros, mesmo de livros especialmente resumidos com tais objetivos didáticos.
As provas baseiam-se nos testes de múltipla escolha. Não há mais lugar para a dissertação que ensina a escrever, que apura o vocabulário, disciplina e amplia os meios de expressão do estudante. Não admira, pois, que estas condições, somadas a formas de vida familiares e comunitárias pouco propícias à intimidade e reflexão, façam com que o jovem dos nossos dias não leia sequer jornais e revistas, tornando-se meio cego e meio surdo.
Adaptação, J.B. Editorial, 24/12/73.


segunda-feira, junho 09, 2014

Poesia - Meu abacateiro


MEU ABACATEIRO

Quando eu era pequenino
eu e minha mãezinha
no terreiro de nossa casa
plantamos uma mudinha
era um abacateiro
uma linda arvorezinha.

O abacateiro foi crescendo
meu irmão e eu também
na nossa humilde casa
que valia pouco vintém
banheiro era lá fora
água encanada era sem.

Na sombra do abacateiro
fazíamos caminho no chão
era boa a brincadeira
coisa melhor não tinha não
com carrinhos de pau
que fazia com meu irmão.

Mudamos pra cidade,
conheci novos amigos
e brincadeiras diferentes
no começo muito estranhas
que aprendi com tanta gente
me esqueci do abacateiro
que nos livrava do sol quente.

Agora já sou crescido
moro longe de meus pais
às vezes sinto saudade
das brincadeiras bem legais
na sombra do abacateiro
hoje, envolto dos capinzais.

Por Elisandro Félix de Lima, 2014.

sábado, março 15, 2014

30 POESIAS CONCRETAS


O Concretismo surge na Europa, por volta de 1917, na tentativa de se criar uma manifestação abstrata da arte.

A busca dos artistas era incorporar a arte (música, poesia, artes plásticas) às estruturas matemáticas geométricas. A intenção deste movimento concreto era desvincular o mundo artístico do natural e distinguir forma de conteúdo.

Para os concretistas a arte é autônoma e a sua forma remete às da realidade, logo, as poesias, por exemplo, estão cada vez mais próximas das formas arquitetônicas ou esculturais. As artes visuais não figurativas começam a ser mais evidentes, a fim de mostrar que no mundo há uma realidade palpável, a qual pode ser observada de diferentes ângulos.

Por volta de 1950, a concepção plástica da arte chega ao Brasil através do suíço Max Bill: artista, arquiteto, designer gráfico e de interiores. Bill é o responsável por popularizar as concepções da linguagem plástica no Brasil com a Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956.


As características gerais do concretismo na literatura são: o banimento do verso, o aproveitamento do espaço do papel, a valorização do conteúdo sonoro e visual, possibilidade de diversas leituras através de diferentes ângulos.

FONTE:

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
































quarta-feira, março 05, 2014

LITERATURA RESUMIDA E ILUSTRADA POR ALUNOS DA ESCOLA MARIA AURORA DO NASCIMENTO

O professor Elisandro Félix de Lima e os alunos do 8º ano B (2013) realizaram a gravação de um filme sobre o conto de Lima Barreto "A Nova Califórnia". Os trabalhos foram realizados em 2013 e somente neste mês é que foi lançado, no canal de vídeos do Youtube. O vídeo teve a participação especial da orientadora da Escola "Olinda" e de algumas alunas do 4º ano.
A ideia inicial era fazer um filme com áudio dos alunos, porém por falta de um equipamento eficiente durante as gravações, a equipe achou melhor editar o filme somente com legendas e um fundo musical, gerando assim o tema "Literatura resumida e ilustrada". 
Neste ano de 2014, o professor Elisandro pensa em outra gravação. O tema ainda é segredo.
Assista ao filme (abaixo).





quinta-feira, janeiro 30, 2014

COMPOSIÇÃO: O SALÁRIO MÍNIMO


O salário mínimo é tão pequenininho que cabe até no meu bolso. é por isso que ele é chamado de mínimo que quer dizer que menor não tem.
Meu pai diz que o salário mínimo é um dinheiro que não serve pra nada, mas na televisão o moço disse que só pode ser isso mesmo, e está acabado. Meu pai quase quebrou a televisão depois que o moço falou.
Meu pai anda chamando o salário mínimo de um outro nome, mas eu não vou dizer aqui, porque outro dia eu disse esse nome no recreio e a professora me deixou de castigo.
O salário mínimo deve ser muito engraçado porque quando falaram que ele tinha aumentado, lá em casa todo mundo deu risada.
Meu pai disse que uma vez um homem que era presidente falou que se ganhasse salário mínimo dava um tiro na cabeça, mas eu acho que ele estava brincando, porque quem ganha salário mínimo não tem dinheiro pra comprar revólver.
O meu pai não ganha salário mínimo mas com o que ele ganha também não dá pra comprar muitos revólveres a não ser de brinquedo e só de vez em quando.
O meu avô é aposentado. Ele não faz nada mas parece que já fez. Ouvi dizer que o salário mínimo não aumentou mais por causa dele. Eu não sabia que o meu avô era tão importante. Minha avó não é aposentada. Também, ela é muito velhinha, não dá pra ser mais nada.
Lá em casa falaram que com esse salário mínimo não vai dar mais pra comprar a cesta básica. Eu não sei muito bem o que é a cesta básica, mas parece que tem comida dentro. Se for, é só diminuir bastante o tamanho da cesta que aí cabe tudo.
Ouvi meu tio desempregado dizendo que tem um livro chamado Constituição, onde está escrito que com o salário mínimo a pessoa tem que comer, morar numa casa, andar de condução, se vestir e uma porção de coisas. Coitado do meu tio. A falta de emprego está deixando ele doidinho.
Quando eu crescer não vou querer salário mínimo, mesmo que seja o dobro. Parece que ele é tão pequeno que mesmo que seja o dobro do dobro ele continua mínimo.
A minha mesada é muito pequena, mas inda bem que ninguém inventou a mesada mínima, porque com o que minha mãe me dá quase não dá pra comprar figurinha.
Pronto. Isso é o que penso do tal salário mínimo. Espero que a professora dê uma boa nota porque ela é muito boazinha e merece ganhar muito mais do que todos os salários mínimos juntos.
Só mais uma coisa: se eu fosse presidente da República mudava o salário mínimo para um salário bem grande e chamava ele de salário máximo.

Extraído de: Jô Soares - Veja edição 1444, ano 29, n. 20, 15 de março de 96. In: Site explicatum. 2014.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS


A conjunção é a palavra que liga duas orações ou termos de mesma função na oração. Quando a conjunção exerce seu papel de ligar as orações, estabelece entre elas uma relação de coordenação ou subordinação.

A lua surgiu e as estrelas inundaram o céu de luz.

As duas orações estão ligadas pela conjunção e, e não têm relação de dependência entre si. Então, a primeira oração (A lua surgiu) tem sentido completo e independente da segunda (As estrelas inundaram o céu de luz) para tê-lo e assim também é a segunda em relação à primeira.
Duas ou mais orações que mantêm independência entre si chamam-se coordenadas, e consequêntemente, a conjunção que liga tais orações é denominada conjunção coordenativa.

Ele venderá brinquedos ou revistas.

Observe que a conjunção ou está ligando duas palavras: brinquedos e revistas, as quais exercem o mesmo papel de objeto direto na oração.
Podemos classificar as conjunções coordenativas em:

aditivas - exprimem ideia de adição, soma: e, não só, mas também, nem (= e não) etc;

Fui à escola e joguei bola.
Não fui à escola nem joguei bola.

adversativas - exprimem ideia de contraste, oposição: mas, poém, contudo, no entanto, entretanto, etc;

Fui à escola, porém não levei meu caderno.
Fui à escola, no entanto, não prestei atenção nas explicações.

alternativas - exprimem ideia de alternância ou exclusão: ou, ou... ora...ora, etc;

Ou estudo para a prova, ou tiro nota baixa.
Ora como fastfood, ora me alimento bem.

conclusivas - exprimem ideia de conclusão: pois, logo, portanto, por isso, etc;

Pratiquei exercícios físicos, logo me senti muito melhor.
Aquele medicamento é tarja preta, logo, deve ser vendido somente com receita.

explicativas - exprimem ideia de explicação: porque, que, etc;

Ele saiu da escola, pois não veio mais.
Não quero mais comer, porque estou satisfeito.



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