sábado, setembro 02, 2023

QUEM FOI MONTEIRO LOBATO?

Fonte: https://editoralandmark.com.br

José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté (SP), em 1882. Estudou Direito em São Paulo, ingressando posteriormente no ministério público, exercendo o cargo de promotor numa cidade do Vale do Paraíba. Mais tarde tornou-se fazendeiro, atividade que encerrou ao criar seu personagem mais conhecido, o Jeca Tatu, e dedicar-se exclusivamente às letras, quer como escritor, quer como editor, fundando a Monteiro Lobato & Cia. - primeira editora nacional. Falido, Lobato não desistiu e fundou a Companhia Editora Nacional e a Editora Brasiliense.

Em 1917 tornou-se personagem central de uma polêmica que abriria caminho para o Modernismo. A pintora Anita Malfatti, recém-chegada da Europa, onde a arte vivia um intenso processo de renovação, expôs sua obra vanguardista em São Paulo. Lobato reagiu violentamente, através do artigo de jornal intitulado "Paranoia ou mistificação?".

Foi no Rio de Janeiro que começou sua atividade como escritor de histórias infantis e juvenis, sendo até hoje considerado como nosso melhor escritor de literatura infanto-juvenil. Foi nessa atividade que Lobato tornou-se famoso.

Depois de quatro anos como diplomata comercial nos Estados Unidos (1927-1931), iniciou apaixonada luta pelos interesses nacionais, sobretudo no que diz respeito às nossas reservas naturais, que vinham sendo exploradas por grandes empresas estrangeiras. Em 1936 publicou O escândalo do petróleo, em que denunciava o jogo de interesses econômicos que envolviam autoridades governamentais. Essas denúncias custaram-lhe seis meses de prisão, em 1941, durante a ditadura de Getúlio Vargas. Monteiro Lobato morreu em São Paulo, em 1948.

Além da conhecida obra infanto-juvenil, intitulada "Reinações de Narizinho", Lobato escreveu três livros de contos: Urupês (1918); Cidades mortas (1919); e Negrinha (1920). Escreveu ainda crônicas, artigos e ensaios.

Urupês e Cidades mortas são livros de contos que retratam a linguagem e os costumes interioranos, quase sempre com intenção satírica. Em Urupês criou a figura de Jeca Tatu, símbolo de nosso caboclo.

Cidades mortas tem como pano de fundo as decadentes cidades paulistas do Vale do Paraíba durante o declínio da atividade cafeeira. Esse interesse em captar o cenário e o homem regionais revela a persistência do regionalismo em nossa literatura. A denúncia da situação precária do negro e do preconceito racial aparece em Negrinha.

Nessas obras percebe-se o Lobato crítico, para quem certos hábitos brasileiros eram insuportáveis: a supervalorização de tudo que era estrangeiro; o nacionalismo cego; a falta de consciência política do povo. Em termos de linguagem, a aspiração maior de Lobato foi aproximar o texto literário da fala coloquial.

Referências

FAROCO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e literatura. 16 ed. São Paulo: Ática, 1996.





sexta-feira, abril 08, 2022

USO DO HÍFEN - LÍNGUA PORTUGUESA (NOVA ORTOGRAFIA)

USO DO HÍFEN COM COMPOSTOS

1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação.

guarda-chuva
arco-íris
boa -fé
segunda-feira
mesa-redonda
vaga-lume
joão-ninguém
porta-malas
porta-bandeira
pão-duro
bate-boca

Exceções: não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.

2. Usa-se em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação.

reco-reco
blá-blá-blá
zum-zum
tico-tico
tique-taque
cri-cri
glu-glu
rom-rom
pingue-pongue
zique-zague
corre-corre

3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação.

pé de moleque
pé de vento
pai de todos
dia a dia
fim de semana
cor de vinho
ponto e vírgula
camisa de força
olho de sogra

Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional

maria vai com as outras
leva e traz
cor de burro quando foge
bicho de sete cabeças
faz de conta

Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.

gota-d'água
pé-d'água

5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação.

Belo Horizonte = belo-horizontino
Porto Alegre = porto-alegrense
Mato Grosso do Sul = mato-grossense-do-sul
África do Sul = sul-africano

6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação.

bem-te-vi
peixe-espada
peixe-do-paraíso
mico-leão-dourado
andorinha-da-serra
peroba-do-campo
cravo-da-índia
erva-doce

Observação: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original.

a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras).
b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).

USO DO HÍFEN COM PREFIXOS

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.)

CASOS GERAIS

1. Usa-se o hífen diante de palavras iniciada por h.

anti-higiênico
anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano

2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra.

micro-ondas
anti-inflacionário
sub-bibliotecário
inter-regional

3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra.

autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo

Observação: Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras.

minissaia
antirracismo
ultrassom
semirreta

CASOS ESPECIAIS

1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r.

sub-região
sub-reitor
sub-regional
sub-roda

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.

circum-murado
circum-navegação
pan-americano

3. Usa-se hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice.

além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-rei

4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s.

coobrigação
coedição
coeducar
cofundador
coabitação
coerdeiro
corréu
corresponsável
cosseno

5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e.

preexistente
reescrever
reedição

6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r.

ad-digital
ad-renal
ob-rogar
ab-rogar

OUTROS CASOS DO USO DO HÍFEN

1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase.

acordo de não agressão
isto é um quase delito

2. Com mal, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l.

mal-entendido
mal-estar
mal-humorado
mal-limpo

Observação: quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação.
Exemplo: mal-francês. se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen. Exemplo: mal de lázaro, mal de sete dias.

3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim.

capim-açu
amoré-guaçu
anajá-mirim

4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.

ponte Rio-Niterói
eixo Rio-São Paulo

5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.

O professor foi receber os ex-
-alunos.



REFERÊNCIAS

INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Publifolha, 2009.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora nacional, 2008.

CENTRO EDUCACIONAL PARA CONCURSOS - CEPCON. Material para concurso público. Manaus: Cepcon, s/d.




sexta-feira, março 18, 2022

QUEM FOI LIMA BARRETO?

Fonte: https://www.preparaenem.com/portugues/lima-barreto.htm

Afonso Henrique de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881. Frequentou a escola pública, passando depois para o Ginásio Nacional. Completou os preparativos para o curso superior no Colégio Paula Freitas e ingressou na Escola Politécnica do Rio de janeiro, que teve de abandonar, para incumbir-se dos cuidados do pai, que enlouquecera. Passa a trabalhar na Secretaria de Guerra, para sustentar a família. Isso não impede que ele frequente a boêmia e os meios intelectuais cariocas. Militou também na imprensa anarquista. Em 1914 foi internado em hospício, e mais uma vez em 1919, quando já estava aposentado por invalidez. Faleceu no Rio de Janeiro, aos quarenta e um ano, no dia primeiro de novembro de 1922, vítima de ataque cardíaco.

Lima Barreto é o romancista mais importante do período conhecido como pré-modernismo. A crítica tem chamado a atenção para seus defeitos de estilo, incorreção devidas à pressa e ao descuido, mas ninguém lhe nega a grandeza de propósitos e o valor dramático. Além disso, parte dos defeitos que apontaram em sua obra decorrem de uma de suas grandes qualidades: a reação contra o estilo pomposo do "beletrismo" (o culto das "belas letras", ou seja, da literatura como coisa ornamental), que caracterizou a obra de tantos escritores brasileiros do fim do século XIX e início do XX. A escrita de Lima Barreto é antiparnasiana, numa época em que o grande parnasiano da prosa, era o romancista mais prestigiado. É antiacademicista, numa época em que a Academia Brasileira de Letras era uma instituição levada a sério, pois ainda não se tornara um agrupamento de escritores conformistas e políticos poderosos e vaidosos. Contra a linguagem "rica" e o gosto da palavra encantatória, praticou um estilo simples, jornalístico, às vezes panfletário.

Lima Barreto elaborou uma sátira incisiva de seu tempo. Modelou no romance alguns de nossos maiores problemas, como a questão da indiferença, do preconceito racial (era mulato e sentira na carne a navalha da discriminação), do nacionalismo ornamental, da depravação moral e política das elites, das diferenças brutais entre as classes que compõem a sociedade brasileira do começo da República. Nele a vocação dramática faz com que a ação narrada rapidamente se volte para os grandes lances de significação suprapessoal. A rigor, não foi nem um ressentido, nem um populista, como costuma ser pintado hoje. Foi um intelectual que conseguiu trazer para a literatura a voz reprimida das camadas pobres da população, graças a sua profunda empatia com o mundo suburbano do Rio, a que esteve sempre ligado. Foi, também, um dos escritores que mais nobremente exerceram entre nós a crítica intensa e corajosa.

Em sua obra se destacam sobretudo três romances: Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909), Triste fim de Policarpo Quaresma (1915) e Vida e Morte de M.J. Gonzaga Sá (1919). O livro inacabado, baseado em suas memórias do hospício, Cemitérios dos Vivos, constitui um impressionante documento humano.

Texto original de Francisco Achcar, publicado na introdução do livro Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Objetivo, s/d.

  

  

sexta-feira, março 11, 2022

QUEM FOI JANE AUSTEN?

Fonte: https://longahistoria.com.br/jane-austen-e-a-sexopolitica-do-conhecimento/

Jane Austen nasceu em Steventon, na Inglaterra, no dia 16 de dezembro de 1775. Seu pai era vigário da paróquia local e, quando se aposentou em 1801, mudou-se com a família para Bath. Essa mudança causou profundo desgosto para a jovem Jane, que considerava Hampshire o lugar perfeito para se viver. Depois da morte do pai, em 1805, Austen morou em várias cidades da Inglaterra com a mãe e a irmã, até que finalmente, em 1809, se mudou para Chawton, Hants, para a propriedade de um de seus irmãos. Ela e sua irmã nunca se casaram. Em julho de 1817, Jane Austen morreu, na cidade de Winchester, em cuja catedral está enterrada, depois de uma doença de longa duração em que teve a irmã como enfermeira.

Jane Austen era muito modesta quanto ao seu trabalho, que considerava pouco produtivo, e sua obra só foi publicada depois de muita revisão; sua genialidade, porém, foi confirmada já por seus contemporâneos. Um de seus mais ávidos leitores e admiradores foi o príncipe-regente, a quem a escritora dedicou o romance Emma. Hoje seus livros são reproduzidos nas telas de cinema regularmente.

Apesar de viver numa sociedade muito rígida, Jane Austen não se desviou de sua condição de gênio. Possuía, além de um senso agudo de comédia, uma profunda compreensão do comportamento humano. Assim, escritos sobre a rotina doméstica e social de personagens muitas vezes sem atributos tornam-se veículo para um comentário perspicaz e iluminador sobre o drama da natureza do homem.

O acompanhante da vida de seus cinco irmãos e de sua irmã provocou na jovem Jane forte crítica da sociedade em que viviam e, por lhe ser impossibilitada uma acusação direta às formas impostas à sua condição de mulher, a literatura se tornou o melhor meio de demonstrar as fraquezas e frivolidades de seu círculo social. Em seus romances a heroína não escolhe o destino, mas este já está traçado e quase sem variação é o mesmo: bom casamento para aquelas que possuem fortuna à altura. Mas o prêmio maior está reservado somente para as mais virtuosas e também inteligentes: a união com um partido acima de seu nível social e financeiro. Sua crítica mais mordaz se concentra no casamento em geral, no matrimônio como punição, como opção sem atrativos, mas que é no fim das contas a única escolha dada às mulheres de sua época. Jane Austen repudiou esse enquadramento social e morreu solteira.

Entre as obras mais conhecidas estão Razão e sensibilidade (1811), Orgulho e preconceito (1813), Mansfield Park (1814) e Emma (1815). Seus romances Persuasão e A abadia de Northanger foram publicados postumamente, em 1818.

Fonte: AUSTEN, Jane. Razão e sensibilidade. Adaptação em português de Lídia Cavalcante-Luther. São Paulo: Scipione, 1997.



 

sábado, novembro 27, 2021

LITERATURA: GÊNERO LÍRICO E GÊNERO SATÍRICO - CANTIGAS TROVADORESCAS

GÊNERO LÍRICO E GÊNERO SATÍRICO

O GÊNERO LÍRICO: CANTIGAS DE AMIGO E CANTIGAS DE AMOR

CARACTERÍSTICAS DAS CANTIGAS DE AMIGO


1. Voz lírica feminina: a principal característica distintiva das cantigas está na voz lírica: na cantiga de amigo é a mulher quem fala; na cantiga de amor, o homem. Mas vale lembrar que o autor é sempre um homem, o trovador.

2. Expressão da vida campesina e urbana: a cantiga de amigo reflete a sensibilidade, os problemas e a visão de mundo das populações desfavorecidas, que trabalham no campo e na cidade.

3. Realismo: a temática do sofrimento amoroso desenvolve-se a partir de uma perspectiva realista, isto é, de fatos comuns da vida cotidiana, como a saudade do amigo ausente, o medo de que não retorne da guerra, os preparativos para encontrá-lo na romaria ou no baile etc. 

4. Simplicidade temática e formal: como pequenos e singelos quadros sentimentais, as cantigas de amigo utilizam uma estrutura simples feita de versos alternadamente repetidos e refrão, para apresentação em coro ou para o acompanhamento da dança. Chamamos essa estrutura repetitiva de paralelismo.

5. Origem popular: todas essas características, que fazem a simplicidade desse gênero, estão ligadas à sua origem. As cantigas de amigo são o resultado da evolução de tradições de canto popular, folclórico, da península Ibérica.


CARACTERÍSTICAS DAS CANTIGAS DE AMOR


1. Voz lírica masculina: nas cantigas de amor, a voz lírica é sempre masculina.

2. Expressão da vida aristocrática: com as convenções do amor cortês, as cantigas de amor refletem o refinamento da vida palaciana, em sua ambientação aristocrática e culta.

3. Convenções do amor cortês

a) A idealização: a mulher aparece sempre idealizada. A voz lírica louva as qualidades da amada: formosura, bondade, lealdade, honra, desenvoltura ao falar, discrição ao rir.

b) A vassalagem amorosa: com esta convenção da linguagem amorosa, desenvolve-se o tema do amor impossível. a dama idealizada é alçada à posição de senhora e o homem se rebaixa à condição de seu vassalo.

c) A coita: esta palavra de origem galego-portuguesa significa a dor, o sofrimento causado pela não correspondência amorosa. Nas cantigas de amigo nem sempre a coita é o tema, mas nas cantigas de amor é praticamente o único.

4. Origem provençal: A Provença, região do Sul da França, foi o centro irradiador da poesia trovadoresca. A cantiga de amor é uma adaptação simplificada e empobrecida de um gênero da poesia provençal, a cansó.


O GÊNERO SATÍRICO: CANTIGAS DE ESCÁRNIO E DE MALDIZER

As cantigas satíricas apresentam interesse sobretudo histórico. São verdadeiros documentos da vida social, principalmente da corte. fazem ecoar as reações públicas a certos fatos políticos; revelam detalhes da vida íntima da aristocracia, dos trovadores e dos jograis, trazendo até nós os mexericos e os vícios ocultos da fidalguia medieval portuguesa.

As cantigas de escárnio utilizam a ironia e o equívoco para realizar mais indiretamente essas zombarias. (zombarias, desprezo, desdém).

As cantigas de maldizer são sátiras diretas. Daí sua maior virulência, o emprego mais frequente de palavrões e a abordagem mais desabusada dos vícios sexuais atribuídos aos satirizados. (praguejar contra, maledicência, difamação).


Fonte: AMARAL; Emília et al. Português: novas palavras - literatura, gramática, redação. São Paulo: FTD, 2000.

  




segunda-feira, outubro 08, 2018

TEMA DA ATUALIDADE - O DISCURSO DO ÓDIO NAS REDES SOCIAIS

O DISCURSO DO ÓDIO NAS REDES SOCIAIS
clima nas redes sociais tem se tornado, cada vez mais, de intolerância e ódio. Discussões acaloradas, ameaças e denúncias têm sido frequentes. Com essa infeliz realidade, é possível que o ENEM levante essa discussão aos estudantes.

tema faz parte da realidade da maioria dos jovens e não deve causar dificuldade para argumentar. A dica é focar na proposta de intervenção treinar detalhamentos de como amenizar essa situação.

sábado, janeiro 20, 2018

OS PORQUÊS - ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretende-se esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.

POR QUE
O por que tem dois empregos diferenciados:
Usamos a forma por que sempre que houver junção da preposição por com o pronome interrogativo que. Em outras palavras, pode-se dizer que por que é usado quando podemos trocá-lo por: "por qual razão", "pelos quais", "por qual".

Exemplos:
Os motivos por que me calei são particulares. (pelos quais)
Por que você quer ir lá? (por qual motivo)
Você nem sabe por que ela fez isso. (por qual razão)
Por que você não vai ao cinema? (por qual motivo)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)
Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)

POR QUÊ
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de "por qual motivo", "por qual razão".

Exemplos:
Por quê?
Você nem sabe por quê.
Você está rindo por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

PORQUE
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de "pois", "uma vez que", "para que".

Exemplos:
Não vim trabalhar porque estava doente. (pois)
Por que você estuda? Porque gosto de aprender. (pois)
Porque a vida não é fácil para ninguém. (uma vez que)
Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

PORQUÊ
É um substantivo e tem significado de "o motivo", "a razão" e que só pode ser usado quando precedido de artigo definido (o, a, os, as), pronomes adjetivos (meu, este, esse, aquele) ou numeral (um, dois, três...).

Exemplos:
O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Eu quero saber o porquê das coisas. (motivo)
Você não me explicou o porquê da sua falta. (uma razão)

REFERÊNCIAS
http://www.ebah.com.br
http://www.brasilescola.com. Sabrina Vilarinho.
http://www.grupoescolar.com
CLIQUE AQUI para responder às atividades sobre "OS PORQUÊS".

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